Barcelona. Século XIV. Uma cidade que prometia a liberdade aos servos da gleba foragidos dos despóticos senhores feudais que impunham e punham em prática leis tão inumanas como o direito de se deitarem na primeira noite com a noiva do servo recém-casado. E, ao reclamar esse seu “direito” perante Bernat Estanyol, o Senhor de Bellera despoleta a revolta do súbdito e sua subsequente fuga com o filho rumo à cidade prometida.
Uma vez na capital da Catalunha, Bernat Estanyol tem como única preocupação passar despercebido já que, Llorenç de Bellera, não permitiria o delito sem castigo de um seu servo. A conquista da liberdade para si e para o filho torna-se o seu único objectivo e, no entanto, os maiores obstáculos provêem do seio da sua própria família que conquistara honrarias e cargos de relevo na comunidade barcelonesa e para quem os dois hóspedes/ escravos eram um embaraço. Havia que os manter escondidos, havia que lhes retirar a dignidade por meio de todos os meios.
A conquista da liberdade, após um ano e um dia de permanência em Barcelona, não trouxe a tão desejada paz e, na verdade, Bernat e Arnau continuavam a ser prisioneiros de uma sociedade desigual, tal como no campo, simplesmente com a diferença de serem cativos da vontade dos poderosos citadinos. E quando a fome grassou, Bernat junta-se a uma rebelião, torna-se o líder inesperado da mesma e acaba enforcado em praça pública e exposto como exemplo. Este sacrifício que, bem sabia, havia sido feito em seu nome, endurece Arnau, fá-lo crescer vinte anos num só dia e também ele sacrifica e honra a renúncia do pai à vida através das chamas purificadoras… para que ninguém contemplasse o cadáver de um Homem bom como se de um biltre se tratasse.
A Igreja em construção de Santa Maria de La Mar, acompanha todo o romance, e é nos quase sessenta anos que dura a sua edificação que decorre a história de “A Catedral do Mar” sobrepondo-se as idades da Igreja às idades de Arnau Estanyol. Ele é bastaix, carrega pedras mais pesadas que ele próprio desde Montjuic até Santa Maria de la Mar, trata a Virgem de La Mar por Mãe, combate pelo exército catalão tendo por arma apenas o seu instrumento de trabalho, como cambista e homem rico faz importantes doações em benefício da sua bem amada Catedral do Mar que lhe abre as portas para o mundo além subserviência… Arnau encontra a liberdade que o pai tanto buscara naquele espaço aberto que o acolhera sem o questionar, sem apontar o seu aspecto andrajoso. Na verdade, aquela igreja iluminada pelo mar, pelo céu imenso, é o símbolo da luta pela sobrevivência, quer física, quer moral, ela é palco de luzes e de sombra, feita pelo povo, para o povo.
Nunca sentira uma personagem confundir-se tanto com um espaço. A Igreja de Santa Maria de la Mar é Arnau Estanyol. Arnau Estanyol é a Igreja de Santa Maria de la Mar.
Vencidas as trevas inquisitoriais, eis que a Igreja é finalmente concluída e, tal como no primeiro dia do seu encontro, a Virgem de la Mar e Arnau reconhecem-se.
Uma vez na capital da Catalunha, Bernat Estanyol tem como única preocupação passar despercebido já que, Llorenç de Bellera, não permitiria o delito sem castigo de um seu servo. A conquista da liberdade para si e para o filho torna-se o seu único objectivo e, no entanto, os maiores obstáculos provêem do seio da sua própria família que conquistara honrarias e cargos de relevo na comunidade barcelonesa e para quem os dois hóspedes/ escravos eram um embaraço. Havia que os manter escondidos, havia que lhes retirar a dignidade por meio de todos os meios.
A conquista da liberdade, após um ano e um dia de permanência em Barcelona, não trouxe a tão desejada paz e, na verdade, Bernat e Arnau continuavam a ser prisioneiros de uma sociedade desigual, tal como no campo, simplesmente com a diferença de serem cativos da vontade dos poderosos citadinos. E quando a fome grassou, Bernat junta-se a uma rebelião, torna-se o líder inesperado da mesma e acaba enforcado em praça pública e exposto como exemplo. Este sacrifício que, bem sabia, havia sido feito em seu nome, endurece Arnau, fá-lo crescer vinte anos num só dia e também ele sacrifica e honra a renúncia do pai à vida através das chamas purificadoras… para que ninguém contemplasse o cadáver de um Homem bom como se de um biltre se tratasse.
A Igreja em construção de Santa Maria de La Mar, acompanha todo o romance, e é nos quase sessenta anos que dura a sua edificação que decorre a história de “A Catedral do Mar” sobrepondo-se as idades da Igreja às idades de Arnau Estanyol. Ele é bastaix, carrega pedras mais pesadas que ele próprio desde Montjuic até Santa Maria de la Mar, trata a Virgem de La Mar por Mãe, combate pelo exército catalão tendo por arma apenas o seu instrumento de trabalho, como cambista e homem rico faz importantes doações em benefício da sua bem amada Catedral do Mar que lhe abre as portas para o mundo além subserviência… Arnau encontra a liberdade que o pai tanto buscara naquele espaço aberto que o acolhera sem o questionar, sem apontar o seu aspecto andrajoso. Na verdade, aquela igreja iluminada pelo mar, pelo céu imenso, é o símbolo da luta pela sobrevivência, quer física, quer moral, ela é palco de luzes e de sombra, feita pelo povo, para o povo.
Nunca sentira uma personagem confundir-se tanto com um espaço. A Igreja de Santa Maria de la Mar é Arnau Estanyol. Arnau Estanyol é a Igreja de Santa Maria de la Mar.
Vencidas as trevas inquisitoriais, eis que a Igreja é finalmente concluída e, tal como no primeiro dia do seu encontro, a Virgem de la Mar e Arnau reconhecem-se.