
Este pequeno livro é composto por três contos de Edgar Allan Poe representativos do legado sui generis deixado pelo autor americano natural de Boston – “A Queda da Casa de Usher”, “Uma Descida ao Maelström” e “O Homem da Multidão”.
No primeiro conto – “A Queda da Casa de Usher” – o leitor é arrastado, tal como o próprio narrador, para um ambiente de reclusão bafienta e loucura inquietante personificados pela fantasmagórica Casa dos Usher e pelos seus habitantes, os derradeiros herdeiros de um nome antigo e condenado ao desaparecimento precoce a que a doença, irremediavelmente, o parece sentenciar. O isolamento dos dois irmãos Usher, Roderick e Madeline, é quebrado apenas pelo aparecimento do narrador, amigo de longa data do primeiro, chamado pelo enfermo para o serenar com a sua companhia no momento particularmente opressivo que vivia. A razão abandonara Roderick e quando Madeline sucumbe à doença que a atormentava, o estado já irreversível da sua incapacidade mental, avança rumo à loucura declarada, a um total apartamento do mundo circundante. A permanência durante vários dias do corpo da irmã Usher nas masmorras da Casa, cria na mente perturbada do irmão o que pareciam ser delírios e alucinações auditivas que, no entanto, são partilhadas, pelo menos a um nível subconsciente, pelo narrador que assiste à queda do mal enraizado e simbolizado pela Casa de Usher e pelos seus últimos descendentes.
Em “Uma Descida ao Maelström” um visitante é conduzido numa viagem às memórias de um pescador norueguês, único sobrevivente de um fenómeno sobrenatural que implicava a descida a uma espécie de submundo sem retorno. O pescador relata o dia em que se fizera ao mar com os irmãos e foi surpreendido pelo prodígio conhecido de todos os homens do mar da região, um vórtice surgido do nada que sugara o seu barco para as entranhas sem fim do inexplicável turbilhão. Vivia de contar a fantástica história a quem não o conhecia porque os seus conterrâneos, apesar de serem testemunhas do seu envelhecido regresso, não acreditavam na assombrosa narrativa.
No terceiro e último conto – “O Homem da Multidão” – acompanhamos o voyeurismo de um narrador que a partir da janela de uma casa vislumbra a buliçosa vivência exterior, adivinhando nas feições e características dos sujeitos que desfilam à sua frente, toda uma existência. Perde-se a seguir com o olhar os interessantes “tipos” que constituem a “fauna” londrina de meados do Século XIX mas apenas desperta verdadeiramente quando se depara com uma figura em particular, “o semblante de um velho decrépito” que se destacava da multidão pela expressão indecifrável que possuía, próximo de uma “encarnação pictórica do demo”. Tal é a sua curiosidade que sai de casa e decide segui-lo pelas ruas e vielas que percorre, desesperado por interpretar aquela existência.
Os três contos de Poe de que é composto este livro, guiam-nos a mundos fora deste mundo, mundos esses visíveis ao olhar dos crédulos, mundos de horror. O confronto do improvável com a realidade cria a rejeição e a vida por detrás do vidro que limita as realidades paralelas é, não raro, acossada pelo temor de que o impossível por vezes também acontece.
No primeiro conto – “A Queda da Casa de Usher” – o leitor é arrastado, tal como o próprio narrador, para um ambiente de reclusão bafienta e loucura inquietante personificados pela fantasmagórica Casa dos Usher e pelos seus habitantes, os derradeiros herdeiros de um nome antigo e condenado ao desaparecimento precoce a que a doença, irremediavelmente, o parece sentenciar. O isolamento dos dois irmãos Usher, Roderick e Madeline, é quebrado apenas pelo aparecimento do narrador, amigo de longa data do primeiro, chamado pelo enfermo para o serenar com a sua companhia no momento particularmente opressivo que vivia. A razão abandonara Roderick e quando Madeline sucumbe à doença que a atormentava, o estado já irreversível da sua incapacidade mental, avança rumo à loucura declarada, a um total apartamento do mundo circundante. A permanência durante vários dias do corpo da irmã Usher nas masmorras da Casa, cria na mente perturbada do irmão o que pareciam ser delírios e alucinações auditivas que, no entanto, são partilhadas, pelo menos a um nível subconsciente, pelo narrador que assiste à queda do mal enraizado e simbolizado pela Casa de Usher e pelos seus últimos descendentes.
Em “Uma Descida ao Maelström” um visitante é conduzido numa viagem às memórias de um pescador norueguês, único sobrevivente de um fenómeno sobrenatural que implicava a descida a uma espécie de submundo sem retorno. O pescador relata o dia em que se fizera ao mar com os irmãos e foi surpreendido pelo prodígio conhecido de todos os homens do mar da região, um vórtice surgido do nada que sugara o seu barco para as entranhas sem fim do inexplicável turbilhão. Vivia de contar a fantástica história a quem não o conhecia porque os seus conterrâneos, apesar de serem testemunhas do seu envelhecido regresso, não acreditavam na assombrosa narrativa.
No terceiro e último conto – “O Homem da Multidão” – acompanhamos o voyeurismo de um narrador que a partir da janela de uma casa vislumbra a buliçosa vivência exterior, adivinhando nas feições e características dos sujeitos que desfilam à sua frente, toda uma existência. Perde-se a seguir com o olhar os interessantes “tipos” que constituem a “fauna” londrina de meados do Século XIX mas apenas desperta verdadeiramente quando se depara com uma figura em particular, “o semblante de um velho decrépito” que se destacava da multidão pela expressão indecifrável que possuía, próximo de uma “encarnação pictórica do demo”. Tal é a sua curiosidade que sai de casa e decide segui-lo pelas ruas e vielas que percorre, desesperado por interpretar aquela existência.
Os três contos de Poe de que é composto este livro, guiam-nos a mundos fora deste mundo, mundos esses visíveis ao olhar dos crédulos, mundos de horror. O confronto do improvável com a realidade cria a rejeição e a vida por detrás do vidro que limita as realidades paralelas é, não raro, acossada pelo temor de que o impossível por vezes também acontece.