
É curioso pensar que a carreira de Alfred Hitchcock no mundo do cinema começou em 1920 como desenhador de legendas para filmes mudos e que o seu primeiro trabalho como realizador em “The Pleasure Garden” (1926) decorreu ainda na era do cinema não-falado.
Antes de partir para os Estados Unidos, país onde viria a realizar os seus mais famosos filmes, Hitchcock realiza cerca de 29 filmes em 13 anos de carreira, ou seja, a sua ida para Hollywood é precedida de uma consolidada reputação sobretudo em Inglaterra. A transição de uma indústria madura e estável no seu país de origem, para uma outra porventura mais aliciante naquele momento em particular (1940), era uma opção natural para um realizador com o prestígio firmado de que Hitch gozava naqueles férteis anos criativos. O primeiro filme americano de Hitchcock é o genial “Rebecca” baseado no romance de Daphne du Maurier tendo como protagonistas a “frágil” Joan Fontaine e o “duro” Lawrence Olivier. Trata-se de uma história que vai ao encontro daquilo a que o grande mestre biografado neste livro designa como a sua “obsessão romântica”, obsessão essa que viria a retomar e retratar vezes sem conta (e que já havia reproduzido tantas outras vezes no seu período britânico).
O percurso ascendente de Hitchcock parece não ter conhecido significativas interrupções e, realmente, até 1976, ano em que dirigiu o seu último filme “Intriga em Família” (“Family Plot”), pode-se afirmar que foi dos raros casos no ramo a que se dedicou, em que foi alcançado um equilíbrio harmonioso entre as obras geniais e as meramente interessantes a ponto de não ser possível apontar uma obra deplorável por si levada ao ecrã.
Um dos aspectos mais interessantes deste livro de Charlotte Chandler é o facto de a autora ter conversado sobre a figura de Hitchcock como homem e como realizador com inúmeras personagens reais (especialmente técnicos e actores) que num momento ou noutro se cruzaram com o realizador e deram o seu testemunho fundamentado nas acções de Hitch. Percebemos que a personalidade e acima de tudo o humor muito particular de Hitchcock nem sempre eram compreendidos da melhor forma o que lhe valeu alguns ódios de estimação sendo que o mais badalado terá sido aquele que Tippi Hedren, a protagonista de “Os Pássaros” e “Marnie”, e sua “nova Diva” depois da partida das suas bem-amadas Grace Kelly e Ingrid Bergman, alimentou numa das mais conhecidas aversões de uma actriz face a um realizador.
Revi um destes dias “O desconhecido do Norte Expresso” (versão americana) e ver aquele homem a colocar uma caixa de violoncelo dentro do comboio, naquela que é uma das suas muitas aparições nos seus filmes, fez-me pensar que a fugacidade dessas suas manifestações (nunca mais de 10 segundos) está em claro contraponto com a perenidade da sua obra sempre revisitável.
Antes de partir para os Estados Unidos, país onde viria a realizar os seus mais famosos filmes, Hitchcock realiza cerca de 29 filmes em 13 anos de carreira, ou seja, a sua ida para Hollywood é precedida de uma consolidada reputação sobretudo em Inglaterra. A transição de uma indústria madura e estável no seu país de origem, para uma outra porventura mais aliciante naquele momento em particular (1940), era uma opção natural para um realizador com o prestígio firmado de que Hitch gozava naqueles férteis anos criativos. O primeiro filme americano de Hitchcock é o genial “Rebecca” baseado no romance de Daphne du Maurier tendo como protagonistas a “frágil” Joan Fontaine e o “duro” Lawrence Olivier. Trata-se de uma história que vai ao encontro daquilo a que o grande mestre biografado neste livro designa como a sua “obsessão romântica”, obsessão essa que viria a retomar e retratar vezes sem conta (e que já havia reproduzido tantas outras vezes no seu período britânico).
O percurso ascendente de Hitchcock parece não ter conhecido significativas interrupções e, realmente, até 1976, ano em que dirigiu o seu último filme “Intriga em Família” (“Family Plot”), pode-se afirmar que foi dos raros casos no ramo a que se dedicou, em que foi alcançado um equilíbrio harmonioso entre as obras geniais e as meramente interessantes a ponto de não ser possível apontar uma obra deplorável por si levada ao ecrã.
Um dos aspectos mais interessantes deste livro de Charlotte Chandler é o facto de a autora ter conversado sobre a figura de Hitchcock como homem e como realizador com inúmeras personagens reais (especialmente técnicos e actores) que num momento ou noutro se cruzaram com o realizador e deram o seu testemunho fundamentado nas acções de Hitch. Percebemos que a personalidade e acima de tudo o humor muito particular de Hitchcock nem sempre eram compreendidos da melhor forma o que lhe valeu alguns ódios de estimação sendo que o mais badalado terá sido aquele que Tippi Hedren, a protagonista de “Os Pássaros” e “Marnie”, e sua “nova Diva” depois da partida das suas bem-amadas Grace Kelly e Ingrid Bergman, alimentou numa das mais conhecidas aversões de uma actriz face a um realizador.
Revi um destes dias “O desconhecido do Norte Expresso” (versão americana) e ver aquele homem a colocar uma caixa de violoncelo dentro do comboio, naquela que é uma das suas muitas aparições nos seus filmes, fez-me pensar que a fugacidade dessas suas manifestações (nunca mais de 10 segundos) está em claro contraponto com a perenidade da sua obra sempre revisitável.