É com incomensurável ironia que o narrador destes apontamentos, conta os sucessos da sua viagem ao fascinante lado ocidental da Europa. Fascinante até conhecer o seu âmago.
Russo de nascimento, sempre se sentira atraído por essa “civilização superior”, tão perto e tão distante. Era seu desejo conhecê-la, nela se movimentar, respirar os seus ensinamentos e dela retirar o melhor. Mas, uma vez em viagem, e fazendo o circuito dos três mais emblemáticos países europeus – Inglaterra, Alemanha e França – o narrador depara-se com situações inesperadas que o transportam para um mundo de vulgaridade que suscita as impressões mais diversas.
Em Inglaterra abala-o a vida miserável das multidões de mulheres que vagueiam em certas ruas à noite e, sobretudo, o abandono das crianças que erram entre dois mundos: aquele que difusamente ainda lhes sussurra canções de embalar e aquele outro que por elas chama com brados violentos, obrigando-as a deambular feridas pela noite londrina, nevoenta e sinistra, cega. No entanto, o nosso narrador olha e vê a degradação daquelas pequenas vidas perdidas e não compreende como pode aquela gente não reparar numa criança andrajosa repleta de nódoas negras por baixo da roupa que mal a cobre.
Sobre a estada na Alemanha faz algumas considerações sobre a vulgaridade das mulheres de Dresden e a frieza de Berlim (nem as famosas tílias a alegravam no seu cinzentismo mudo).
Mas é a França, e mais concretamente a grande metrópole que já era Paris, o principal alvo da sua ironia e críticas, centrando-as em torno da figura prevalecente da sociedade parisiense da época, o Burguês. Este tipo emergente incomoda assaz o narrador pela sua falta de sensibilidade, pelo seu constante desejo de cultivar a aparência de uma moral imaculada, de um conceito de família distante da realidade praticada e, acima de tudo, pela dureza patente na consideração do capital financeiro como um “valor” mais elevado que o capital humano. O narrador brinca com a hipocrisia do burguês e com a vida conjugal incoerente que leva, contudo, o seu sarcasmo contundente atinge o coração da Europa no seu coração e revela a verdade (segundo o autor) do papel do Burguês.
E enquanto isso, enquanto o mundo girava imperturbável, crianças percorriam as ruas em busca da sobrevivência.
Russo de nascimento, sempre se sentira atraído por essa “civilização superior”, tão perto e tão distante. Era seu desejo conhecê-la, nela se movimentar, respirar os seus ensinamentos e dela retirar o melhor. Mas, uma vez em viagem, e fazendo o circuito dos três mais emblemáticos países europeus – Inglaterra, Alemanha e França – o narrador depara-se com situações inesperadas que o transportam para um mundo de vulgaridade que suscita as impressões mais diversas.
Em Inglaterra abala-o a vida miserável das multidões de mulheres que vagueiam em certas ruas à noite e, sobretudo, o abandono das crianças que erram entre dois mundos: aquele que difusamente ainda lhes sussurra canções de embalar e aquele outro que por elas chama com brados violentos, obrigando-as a deambular feridas pela noite londrina, nevoenta e sinistra, cega. No entanto, o nosso narrador olha e vê a degradação daquelas pequenas vidas perdidas e não compreende como pode aquela gente não reparar numa criança andrajosa repleta de nódoas negras por baixo da roupa que mal a cobre.
Sobre a estada na Alemanha faz algumas considerações sobre a vulgaridade das mulheres de Dresden e a frieza de Berlim (nem as famosas tílias a alegravam no seu cinzentismo mudo).
Mas é a França, e mais concretamente a grande metrópole que já era Paris, o principal alvo da sua ironia e críticas, centrando-as em torno da figura prevalecente da sociedade parisiense da época, o Burguês. Este tipo emergente incomoda assaz o narrador pela sua falta de sensibilidade, pelo seu constante desejo de cultivar a aparência de uma moral imaculada, de um conceito de família distante da realidade praticada e, acima de tudo, pela dureza patente na consideração do capital financeiro como um “valor” mais elevado que o capital humano. O narrador brinca com a hipocrisia do burguês e com a vida conjugal incoerente que leva, contudo, o seu sarcasmo contundente atinge o coração da Europa no seu coração e revela a verdade (segundo o autor) do papel do Burguês.
E enquanto isso, enquanto o mundo girava imperturbável, crianças percorriam as ruas em busca da sobrevivência.
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