Depois de ter lido algumas críticas elogiosas a “Os Pilares da Terra”, senti uma natural curiosidade em conhecer a obra de Ken Follett e comecei por este recém-publicado “Um Mundo sem Fim”, o primeiro volume de uma história que começa em Inglaterra, mais propriamente na próspera cidade de Kingsbridge, na primeira metade do século XIV tendo como principais intervenientes um grupo de homens e mulheres que, quando crianças, presenciaram a perseguição de um grupo de homens a um cavaleiro e morte que este acabara por infligir aos seus atacantes. Gwenda, Caris, Merthin e Ralph são os heróis e vilão (por esta ordem) dos acontecimentos que anos mais tarde marcariam os destinos das quatro personagens e de Kingsbridge.
Seguimos as maquinações do clero local sempre em busca do poder impossível, atropelando a moralidade apregoada pelos Santos da Igreja sobretudo porque a ambição desmedida de um certo Godwin inviabiliza a redenção de todas as almas errantes porque incompreendidas e possibilita a subida aos céus dos que compõem o seu séquito de tratantes.
Deparamo-nos com a rebeldia de quem se recusa a aceitar o fim inevitável reservado a todas as mulheres na idade média europeia, contrariando essa fatalidade com intervenções de relevo na sua cidade num momento de crise comercial com um contributo de apresentação de soluções palpáveis quando a feira do velo parecia condenada ao desaparecimento e negando casar-se com o homem que amava porque urgia declinar o que toda a comunidade esperava dela.
Acompanhamos o amor incondicional de uma mulher por um homem noivo de outra e a força quase sobre-humana com que sobrevive a atrocidades perpetradas contra a sua pessoa.
Vemos um aprendiz de artesão suplantar o seu mestre, encontrar explicação para as anomalias nas estruturas da cidade e com as suas ideias pioneiras solucionar uma das piores adversidades com que Kingsbridge se deparara: A queda da ponte que permitia o acesso dos comerciantes à muito concorrida feira do velo.
Assistimos à ascensão meteórica de um escudeiro ao serviço do Conde Roland à categoria de Senhor de Wigleigh onde exerce o seu poder de forma brutal, maldosa e autoritária.
Confesso que a obra, à semelhança do que já foi escrito por Djamb em Folhas de Papel, não impele o leitor à aquisição do II Volume, não só porque os erros de impressão são imensos, mas também porque o autor parece não ter descoberto a forma ideal de contar esta história, parecendo perder-se na descrição dos costumes e práticas da época em detrimento da sólida construção de uma narrativa. Sublinho que Ken Follett não me maravilhou com esta história, restando-me aguardar pela obra que contrarie esta opinião menos positiva.
Seguimos as maquinações do clero local sempre em busca do poder impossível, atropelando a moralidade apregoada pelos Santos da Igreja sobretudo porque a ambição desmedida de um certo Godwin inviabiliza a redenção de todas as almas errantes porque incompreendidas e possibilita a subida aos céus dos que compõem o seu séquito de tratantes.
Deparamo-nos com a rebeldia de quem se recusa a aceitar o fim inevitável reservado a todas as mulheres na idade média europeia, contrariando essa fatalidade com intervenções de relevo na sua cidade num momento de crise comercial com um contributo de apresentação de soluções palpáveis quando a feira do velo parecia condenada ao desaparecimento e negando casar-se com o homem que amava porque urgia declinar o que toda a comunidade esperava dela.
Acompanhamos o amor incondicional de uma mulher por um homem noivo de outra e a força quase sobre-humana com que sobrevive a atrocidades perpetradas contra a sua pessoa.
Vemos um aprendiz de artesão suplantar o seu mestre, encontrar explicação para as anomalias nas estruturas da cidade e com as suas ideias pioneiras solucionar uma das piores adversidades com que Kingsbridge se deparara: A queda da ponte que permitia o acesso dos comerciantes à muito concorrida feira do velo.
Assistimos à ascensão meteórica de um escudeiro ao serviço do Conde Roland à categoria de Senhor de Wigleigh onde exerce o seu poder de forma brutal, maldosa e autoritária.
Confesso que a obra, à semelhança do que já foi escrito por Djamb em Folhas de Papel, não impele o leitor à aquisição do II Volume, não só porque os erros de impressão são imensos, mas também porque o autor parece não ter descoberto a forma ideal de contar esta história, parecendo perder-se na descrição dos costumes e práticas da época em detrimento da sólida construção de uma narrativa. Sublinho que Ken Follett não me maravilhou com esta história, restando-me aguardar pela obra que contrarie esta opinião menos positiva.
11 comentários:
Olá Carla, obrigada pelo link :)
De facto, "Um Mundo Sem Fim" fica muitíssimo aquém das expectativas, sobretudo quando Follett é o autor do livro que despoletou um dos maiores fenómenos observados na área literária relativamente ao chamado marketing boca-a-boca, aquando do lançamento d'"Os Pilares da Terra". Neste, possuíamos um fio condutor e um estilo narrativo muito próprio, tornando-o cativante. Contudo, "Um Mundo Sem Fim" parece-me uma obra onde foram "descarregadas" histórias pequenas e desinteressantes sobre personagens tão voláteis quanto a história que se conta.
Ora essa, de nada Djamb;)
Partilho a opinião que manifestaste no teu Folhas de Papel e aqui, foi a minha primeira abordagem ao autor e tenho pena que não tenha sido das melhores, mas acredito que outras abordagens se seguirão bem mais profícuas (mas não nos próximos tempos, ficará na minha lista cinzenta de autores que não agradaram mas que possuem potencial para agradar num futuro espero não muito distante...).
Carla, ainda não li este livro, mas estou em pulgas por o ler! Muito embora, de facto, não sejas a primeira a não sentir vontade para continuar... =/
Entretanto, acho que deves ler "Os Pilares da Terra", porque esse livro é, sem dúvida, fenomenal ;)
Pedro: Pois... Não me sinto particularmente motivada para ler o segundo volume que já anda por aí à venda, não é prioritário; quando a poeira que se levantou com a leitura desta obra tiver assentado, talvez pegue nos pilares da terra que, acredito, seja mesmo fenomenal como dizes... É a tal coisa, mesmo os autores de excelência têm livros menos bons;)
É curioso ler alguns comentários porque comigo aconteceu exactamente o contrário: depois de ler o vol.I de "Um mundo sem fim" fiquei com muito enteresse em ler o vol. II. Estou agora a meio e leio-o sempre que posso. Li "Os pilares da Terra" há cerca de 13 anos e achei suberbo. É interessante ver que a tecnologia evoluiu nestes 700 anos mas o Homem não. A ganância e a suberba são exactamente as mesmas.
É curioso ler alguns comentários porque comigo aconteceu exactamente o contrário: depois de ler o vol.I de "Um mundo sem fim" fiquei com muito enteresse em ler o vol. II. Estou agora a meio e leio-o sempre que posso. Li "Os pilares da Terra" há cerca de 13 anos e achei suberbo. É interessante ver que a tecnologia evoluiu nestes 700 anos mas o Homem não. A ganância e a suberba são exactamente as mesmas.
Lurdes: Parece-me que é o que os livros têm de melhor - suscitam nas pessoas reacções diferentes:) Não foi um livro que se moldasse à noção que tenho de qualidade inegável na literatura pelos motivos que já enunciei mas li-o e consigo fazer a destrinça entre o que me trouxe de positivo e os aspectos menos bons enquanto obra literária. Ainda bem que somos todos diferentes!
UM MUNDO SEM FIM é a continuação de um outro livro de Follett, OS PILARES DA TERRA. Se calhar é por isso que não gostaste do livro.
Caro Anónimo: Não gostei do livro pelos motivos que enumerei no comentário, falta-lhe alma... Mas talvez se dê o caso de eu ser demasiado exigente, defeito/virtude de uma licenciada em literatura?
Acabei de ler os pilares da terra vol. 1 e 2, posso dizer que é raro ler um livro, mas como estava de férias comprei o vol. 1 e no prazo de duas semanas li os dois volumes, a curiosidade era tal que não consegui parar de ler, acho que devia tentar ler os pilares da terra que acho excelente a tal ponto que me despertou o interesse pela leitura. Neste momento quero ver se compro o vol.1 de um mundo sem fim pois estou bastante expectante com a história.
Pois "ler" é mesmo assim...
Eu gostei imenso tanto dos Pilares como de Um mundo sem fim. É uma questão de gostos...
coloquei um link deste teu comentário do meu blog, espero que não te importes.
Boas leituras.
Cris de O tempo entre os meus livros
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