A construção da intriga é conseguida através da desconstrução das personagens envolvidas antes, durante e após o crime em torno do qual toda a história gira, sendo que a podemos dividir em quatro momentos, quatro momentos de uma trama em que todos os passageiros a bordo do vapor “Karnak” são possíveis suspeitos do assassinato da milionária em viagem de lua de mel, Linet Doyle.
Assim, nas primeiras páginas da obra é-nos dado a conhecer o panorama da vida das personagens que se irão encontrar na mesma embarcação no Nilo passados alguns dias e temos acesso a algumas primeiras impressões sobre o estado das pessoas em questão.
Num segundo quadro, já temos o Egipto como cenário de convergência dos protagonistas, incluindo Hercule Poirot em férias mas sempre atento e reflectindo sobre os incidentes que observa, revelando o carácter profundamente analítico mesmo quando numa despreocupada viagem de lazer.
No terceiro momento, o acontecimento sobre o qual a obra se baseia, o crime perpetrado contra Linet, sucede e compreendemos que tudo o que havia sido narrado até ali era uma preparação, uma antecipação do que por fim se revela como uma inevitabilidade.
Na quarta parte da obra, Poirot desmascara os culpados e o desfecho acaba por se revelar tão trágico para eles como para a mulher assassinada.
O narrador enreda-nos num labirinto de suspeitas e no labirinto que revela ser a alma humana. O “Karnak” é, no fundo, um microcosmo da própria vida, um espaço fechado em que a única fuga possível é a morte.
Um primeiro momento de libertação é o plano aparentemente perfeito e bem sucedido que conduz à morte de Linet, mas o “Karnak” mais não é do que uma barca de Caronte com destino certo. A tragicidade do percurso da milionária (bela, rica e jovem) é comparável ao percurso de sofrimento de outras personagens entre as quais se encontram os próprios assassinos. Na realidade, a reunião daquelas pessoas, naquele local, durante aqueles dias, é um momento em branco nas suas vidas apenas à espera de ser preenchido de acordo com o seu livre arbítrio. Poirot concede a hipótese de uma segunda oportunidade a uma das personagens, transmite-lhe a ideia de que, aquela viagem poderia ser uma preciosa ocasião de purificação da alma, de entrega ao bem e rejeição do mal, mas não é bem sucedido na sua tentativa de demover esta personagem do seu intuito final, do objectivo bem delineado na sua mente.
A comparação entre o crime de roubo (perdoado por Poirot porque o criminoso era recuperável pelo Amor) e o crime de sangue (não perdoável porque induzido por um Amor demasiado grande, doentio) torna “Morte no Nilo” uma interessante viagem ao interior de cada uma daquelas almas (a par da viagem real), uma viagem ao carácter volúvel e funesto da alma humana, bem como à restauração da mesma.
Esta é uma história de perdição e de renascimento.
Assim, nas primeiras páginas da obra é-nos dado a conhecer o panorama da vida das personagens que se irão encontrar na mesma embarcação no Nilo passados alguns dias e temos acesso a algumas primeiras impressões sobre o estado das pessoas em questão.
Num segundo quadro, já temos o Egipto como cenário de convergência dos protagonistas, incluindo Hercule Poirot em férias mas sempre atento e reflectindo sobre os incidentes que observa, revelando o carácter profundamente analítico mesmo quando numa despreocupada viagem de lazer.
No terceiro momento, o acontecimento sobre o qual a obra se baseia, o crime perpetrado contra Linet, sucede e compreendemos que tudo o que havia sido narrado até ali era uma preparação, uma antecipação do que por fim se revela como uma inevitabilidade.
Na quarta parte da obra, Poirot desmascara os culpados e o desfecho acaba por se revelar tão trágico para eles como para a mulher assassinada.
O narrador enreda-nos num labirinto de suspeitas e no labirinto que revela ser a alma humana. O “Karnak” é, no fundo, um microcosmo da própria vida, um espaço fechado em que a única fuga possível é a morte.
Um primeiro momento de libertação é o plano aparentemente perfeito e bem sucedido que conduz à morte de Linet, mas o “Karnak” mais não é do que uma barca de Caronte com destino certo. A tragicidade do percurso da milionária (bela, rica e jovem) é comparável ao percurso de sofrimento de outras personagens entre as quais se encontram os próprios assassinos. Na realidade, a reunião daquelas pessoas, naquele local, durante aqueles dias, é um momento em branco nas suas vidas apenas à espera de ser preenchido de acordo com o seu livre arbítrio. Poirot concede a hipótese de uma segunda oportunidade a uma das personagens, transmite-lhe a ideia de que, aquela viagem poderia ser uma preciosa ocasião de purificação da alma, de entrega ao bem e rejeição do mal, mas não é bem sucedido na sua tentativa de demover esta personagem do seu intuito final, do objectivo bem delineado na sua mente.
A comparação entre o crime de roubo (perdoado por Poirot porque o criminoso era recuperável pelo Amor) e o crime de sangue (não perdoável porque induzido por um Amor demasiado grande, doentio) torna “Morte no Nilo” uma interessante viagem ao interior de cada uma daquelas almas (a par da viagem real), uma viagem ao carácter volúvel e funesto da alma humana, bem como à restauração da mesma.
Esta é uma história de perdição e de renascimento.
3 comentários:
gostei imenso deste livro, até agora foi o k achei mais interessante, pois incentiva bastante os leitores. sem duvida é o meu preferido, contudo gostaria de um dia ler mais obras desta magnifica autora
Aconselho a descoberta permanente de Agatha Christie, é uma autora de superior relevo:)
eu admiro muitissímo as obras ,que eu já pude ler,da agatha christie,como a morte no nilo e por quê não pediram a evans? é maravilhoso.......
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