Queria distrair-se, foi parar a um funeral. Este é um começo intrigante, após uma introdução em que ficamos a saber que o protagonista dos acontecimentos que se seguem (protagonista no que concerne ao que nos é por ele transmitido, o narrador é mero espectador e ouvinte de factos sucedidos durante o seu limbo psicológico e fruto da sua condição instável?) não está numa fase favorável da sua vida.
A tertúlia de que é testemunha (sugestionada com certeza pela presença naquele “lugarzinho”) assenta numa animada troca de palavras entre os defuntos enterrados em algumas das sepulturas daquele cemitério. Provenientes de vários quadrantes da sociedade russa, revelam todas as suas fraquezas, frustrações, ilusões e imoralidade tal como quando eram vivos. Mais uma vez, o autor concentra a sua energia literária na crítica aos costumes da sociedade na qual se integra, transformando o conto na não-história de um ausente que nunca chegamos a saber de quem se trata, Bobok. É um nome que surge da boca de um fantasma, nome não corporizado por alguém, símbolo do delírio da personagem que assiste à parada grotesca de espectros que se divertem no e com o cenário da morte. Bobok é quase como se fosse o despertar do sonho, a palavra que separa o narrador do mundo real do mundo dos mortos a que a sua mente imaginosa o conduzira.
A tertúlia de que é testemunha (sugestionada com certeza pela presença naquele “lugarzinho”) assenta numa animada troca de palavras entre os defuntos enterrados em algumas das sepulturas daquele cemitério. Provenientes de vários quadrantes da sociedade russa, revelam todas as suas fraquezas, frustrações, ilusões e imoralidade tal como quando eram vivos. Mais uma vez, o autor concentra a sua energia literária na crítica aos costumes da sociedade na qual se integra, transformando o conto na não-história de um ausente que nunca chegamos a saber de quem se trata, Bobok. É um nome que surge da boca de um fantasma, nome não corporizado por alguém, símbolo do delírio da personagem que assiste à parada grotesca de espectros que se divertem no e com o cenário da morte. Bobok é quase como se fosse o despertar do sonho, a palavra que separa o narrador do mundo real do mundo dos mortos a que a sua mente imaginosa o conduzira.
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